FIGUEIRAS: ANCESTRALIDADE QUE DESAFIA OS TEMPOS
Venâncio Aires e sua figueira de quase 500 anos
Existem muitas figueiras espalhadas pelo Brasil, algumas pontos turísticos. Exemplo disso é a Figueira Centenária em Linha Silva Tavares, na cidade Venâncio Aires (RS), interior do município gaúcho. Esta árvore, de mais de 485 anos, atrai visitantes de diversas cidades, estados e até de outros países. Com um tronco de 11 metros de circunferência, que exige 12 pessoas para ser abraçado, e uma altura de 18 metros (o equivalente a um prédio de cinco andares), a árvore é imponente.
Sua copa se estende por cerca de 500 metros quadrados, sendo importante atrativo turístico e um ícone natural da região. O local oferece infraestrutura para visitantes, como áreas para piquenique, um bar e uma trilha que leva a cachoeiras. Para ajudar a preservar esse patrimônio natural, os proprietários do local permitem visitação gratuita. O casal Schwinn oferece infraestrutura para os visitantes, incluindo churrasqueiras, mesas, balanços para crianças e trilhas que levam a cachoeiras.
Da longevidade e do simbolismo no meio rural
Imponentes, as figueiras representam a história, a resiliência e a cultura das comunidades rurais, despertando curiosidade e admiração, tornando-se símbolos de sabedoria no campo e cuidado com o meio ambiente. A longevidade é uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Estas árvores possuem um sistema de raízes robusto e extenso, que lhes permite absorver nutrientes e água de forma eficiente, mesmo em condições adversas. Além disso, sua capacidade de adaptação a diferentes climas e solos contribui para sua sobrevivência prolongada.
Ao longo de sua evolução, as figueiras centenárias desenvolveram mecanismos de defesa contra pragas e doenças, aumentando sua resistência ao longo dos anos. No contexto rural, elas se tornam pontos de referência geográfica e emocional para as comunidades. Em muitos casos, estas árvores são consideradas o marco zero de cidades, como acontece com a Velha Figueira no município de Areias (SP). As figueiras centenárias são muito mais do que simples árvores no campo brasileiro. Elas são testemunhas vivas da história, guardiãs da biodiversidade e símbolos de resistência e sabedoria.
Conexão com o passado
A história conta que sob a sombra da Velha Figueira, Dom Pedro I encontrou repouso durante sua jornada para São Paulo em agosto de 1822, viagem que culminou na Proclamação da Independência do Brasil. Para os produtores rurais e moradores locais, estas árvores representam muito mais do que sombra e beleza paisagística. Elas são símbolos de resistência, testemunhas silenciosas da história local e, frequentemente, pontos de encontro para a comunidade. Sua presença evoca um sentimento de continuidade e conexão com o passado, reforçando a identidade cultural da região.
Curiosidades botânicas da figueira
As figueiras pertencem ao gênero Ficus, que compreende cerca de 755 espécies. Uma
característica fascinante destas árvores é seu sistema de raízes aéreas, que fornecem suporte
adicional, permitindo que a árvore cresça a alturas impressionantes, além de auxiliar na absorção
de nutrientes e umidade do ar.
Outra particularidade interessante é o tamanho que estas árvores podem alcançar, como já dito
acima, dimensões, estas, que fazem, da figueira, um verdadeiro oásis de sombra no meio rural.
A figueira centenária como ecossistema
Além de sua importância cultural e histórica, as figueiras centenárias desempenham papel crucial
na manutenção da biodiversidade local. Estas árvores gigantes funcionam como verdadeiros
ecossistemas em si mesmas, abrigando uma variedade de formas de vida.
Suas copas extensas e densas fornecem habitat para diversas espécies de aves, que encontram
ali locais ideais para nidificação e alimentação. Os galhos e troncos das figueiras centenárias
também abrigam uma miríade de insetos, líquens e pequenos mamíferos, contribuindo
significativamente para a riqueza ecológica da região.
Preservação e o valor da figueira centenária
A conservação das figueiras centenárias é de suma importância. Além disso, em muitos estados
do Brasil, como o Rio Grande do Sul, figueiras nativas são protegidas por lei, sendo o corte
proibido. Ao reconhecer o valor inestimável dessas árvores, os agricultores contribuem para a
manutenção da biodiversidade e para a preservação da história local.
Iniciativas de conservação podem incluir a criação de áreas de proteção ao redor das figueiras
centenárias, o monitoramento de sua saúde e a promoção de sua importância junto à
comunidade. Algumas destas árvores, como a figueira centenária de Venâncio Aires, já se
tornaram atrações turísticas, demonstrando seu potencial para o desenvolvimento do turismo
rural sustentável. Sua presença majestosa nos lembra da importância de preservar nosso
patrimônio natural e cultural.
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